Henrique Maximiano Coelho Netto

Príncipe dos Prosadores Brasileiros

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Bibliografia existente na Biblioteca da Academia das Ciências de Lisboa

(1) 16.1.3/7 - Praga; (2)16.1.10/10 - A Água; (3)16.1.10/33 - Amor; (4)16.1.10/34 - Artemis ; (5)16.2.84 - Rapsódias; (6)16.2.85 - Lanterna Mágica; (7)16.2.156 - (8)16.8.36 - (9)16.8.48 - (10)16.10.173 - (11)16.19.38 - Theatro; (12)16.4.69 - Mano; (13)16.4.111 - Pelo amor ; (14)16.5.169 - Contos Pátrios ; (15)16.8.14 - O Paraíso ; (16)16.8.15 - Versas; (17)16.8.31 - A Bico de Pena ; (18)16.7.38 - Alma ; (19)16.8.166 - Baladilhas; (20)16.8.115 - Frechas; (21)16.8.123 - Fabulário; (22)16.8.126 - Banzo ; (23)16.8.143 - Água de Juventa; (24)16.8.149 - O Rei Fantasma; (25)16.8.154 - Pastoral ; (26)16.8.160 - As Sete Dores de Nossa Senhora; (27)16.8.70 - Cenas e Perfis; (28)16.9.89 - Tormenta; (29)16.9.116 - A Capital Federal ; (30)16.9.57 - Miragem; (31)16.10.41 - Romanceiro; (32)16.10.94 - O meu dia ; (33)16.9.205 - Velhos e Novos; (34)16.10.240 - Apólogos ; (35)16.10.242 - A Conquista; (36)16.10.243 - A Capital Federal; (37)16.10.174 - Sertão; (38)16.10.175 - Theatro;(39)16.10.181 - Seara de Ruth; (40)16.10.219 - Fogo Fátuo; (41)16.10.95 - Palestras da Tarde; (42)16.10.106 - Vesperal; (43)16.10.110 - Inverno em Flor; (44)16.10.133 - Miragem; (45)16.10.149 - A Descoberta da Índia; (46)16.18.50 - Por Montes e Vales; (47)16.18.11 - Romanceiro; (48)16.18.16 - Falando... ; (49)16.18.18 - A Conquista ; (50)16.17.44 - Bilhetes Postais: 1892-1893; (51)16.17.49 - O morto; (52)16.17.77 - Saldunes; (53)16.21.41 - A Pátria Brasileira; (54)16.22.60 - Melusina; (55)16.23.16 - Theatro Infantil; (56)16.22.42 - Conferencias Literárias; (57)16.20.36 - Compêndio de Literatura Brasileira.

sábado, 30 de janeiro de 2010

Fotobiografia

"Novembro de 1913 (...) A passagem em Lisboa do ilustre escritor brasileiro Coelho Netto. O ilustre brasileiro com sua esposa e os srs. Dr. Oscar de Teffé, Ministro do Brasil, Santos Tavares e Manuel de Sousa Pinto, horas antes de embarcar no Cap Vilano com destino ao Rio de Janeiro." In: Acervo Rui Calisto

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

O aroma das Camélias

Se eu disser que a pequena história que vos ofereço me foi contada num jardim por uma camélia branca direis, sem hesitar, que minto, que faço apenas fábulas e contos. Entretanto… é tão fácil por à prova o que afirmo! Saí uma noite, noite de luar – porque as flores só falam quando há lua – inclinai-vos sobre a primeira camélia que encontrardes e, sem que outras ouçam, dirigi à flor esta pergunta:
“ - Clara flor, se te não custa, conta-me por que, sendo assim tão formosa, não tens aroma como as outras flores?”
E a camélia vos dirá, incrédula leitora:
“A minha primeira irmã, a primeira camélia, não era, como eu sou, inodora e pálida. Tinha leve rosado nas pétalas e o seu perfume vencia o das outras flores: ela apenas entre mil, fossem todas essas mil violetas e rosas.”
Infelizmente era a pobre levantina e o Levante é também o berço das mulheres lânguidas.
Uma noite, estava minha irmã, a primeira camélia, desabotoando para receber a visita da lua, quando ouviu o lamento sentido de uma triste moça, que se lastimava do abandono em que a deixara o noivo. A mísera soluçava tanto que minha irmã, comovida, dirigiu-lhe a palavra:
“ – Que mal te aflige o coração, formosa?”
E a moça, chorando, disse:
“Flor cândida, balsamínea flor, sou a mais infeliz entre as mulheres. Amo! Amo perdidamente um cavaleiro nómada. Ele é formoso e valente. Seu braço é tão forte brandindo o alfange largo quanto é carinhoso quando toma pela cinta qualquer rapariga. Eu sei da causa do seu desprezo, sei por que o infiel evita-me! A outra que ele beija e abraça nesta hora tem mais haveres do que eu tenho esperanças e só em perfumes a traidora esgota todas as manhãs uma pesada bolsa de sequins. Eu, pobre moça do campo, como hei de vencer a minha rival formosa? Como comprar perfumes? Como descobrir essências? Nunca será meu! Oh! Nunca! Por mais que eu lhe ofereça a minha adolescência e a virgindade da minha boca, nunca tocada pelo beijo.”
E desatou a chorar.
Minha irmã, pobre louca! Enternecida, chamou para junto da sua corola a moça delicada. Ordenou-lhe que descobrisse o colo e nas duas colinas morenas pôs dois pequenos botões, coloriu-lhe com a sua cor as faces desmaiadas e, despindo-se do seu perfume, ungiu a moça com ele. E disse-lhe:
“ – Vai! Conquista o cavaleiro amado. Goza com ele a noite da primícia e, pela manhã, antes que o sol desponte, volta a trazer-me o aroma, a cor e os meus botões vermelhos.”
E a moça partiu. Partiu e nunca mais voltou. Nunca mais! E como voltar se perdera o aroma que lhe emprestara minha irmã, a primeira camélia? Como voltar com os pequeninos botões fanados, a cor do rosto esmaecida e sem aroma, o delicioso aroma que levara? Nunca mais voltou! Mas o aroma, o aroma de minha irmã, a primeira camélia, encontra-se, ainda hoje, não em nós, pobres flores! Mas nos colos virgens e espalhado pela garganta, pela nuca, pelos seios das moças donzelas. É esse aroma que estonteia, que enerva, que alucina, perfume da carne pura, essência da castidade, roubado às camélias, roubado à minha irmã pela moça do campo. Eis por que nós outras não temos cor e as nossas pétalas são pálidas. Eis por que não temos aroma e as nossas corolas são áridas. Furtaram o nosso dote, o nosso dote levou-o a moça levantina.”
Isto, justamente como está exposto, ouvi eu, e vós, incrédula leitora, ouvireis igualmente, se consultardes uma camélia, em noite de luar, porque as flores só falam quando a luz esplende.
(Coelho Netto, Henrique Maximiano. “O aroma das Camélias”. In.: Baladilhas. 3ªed. Porto, Livraria Chardron, de Lello e Irmão, Lda, 1924, p.31-36.)

Publicação da Obra Completa (Incompleto)

1 – Coelho Netto – Obra Selecta – Volume I – Romances

Obras de Coelho Netto traduzidas para outra língua (Incompleto)

1 - Wildnis (Novelas do Sertão, versão alemã de Martin Brusot, Berlim, 1913)
2 - Der tote Kollector (Novelas da Treva, versão alemã de Martin Brusot, Berlim, 1915)
3 - Les pigeons (Tradução francesa de Phileas Lebesgue, Les mille nouvelles nouvelles, nº 16)
4 - Kreus-Weiller (Versão alemã do Dr. Clemens Brandeburger, na colecção Brasiliche Prosa, ed. Berlag Rotermund & Cº, S. Leopoldo, Rio Grande do Sul, 1918)
5 - Macambira ((Rei Negro), versão francesa de Ph. Lebesgue & M. Gahisto, Lédition française ilustrée, Paris, 1920)
6 - The pigeons ((Brasiliam Tales), versão inglesa de Isaac Goldberg. Bóston, The four Seas Company, 1921)
7 - La Korvo Kaj la vulpo (na colectânea esperantista Ama Stelaro, versão do Dr. Nuno Baena, 1922)
8 - Discours (em commemoration du 3ème anniversaire de la Bataille de l’Yser. Rio. Tip. Bernard Frères, 1917)

Traduções (Incompleto)

1 - A Guerra do Fogo (De Rosny Ainé)

Obras não concluídas (Incompleto)

1 - Contos – Nova Série (1 volume)
2 - Fogão gaúcho (1 volume)
3 - Poranduba (1 volume)
4 - Atidas (1 volume)